A
igreja de Corinto rejeitou o ministério de Paulo, impugnou suas motivações,
zombou de sua mensagem, recusou sua liderança. Ele lhes escreveu duas cartas,
fez várias visitas, mas parece que nada funcionaria. Finalmente, em uma
derradeira tentativa de paz, Paulo envia Tito a Corinto em seu nome e aguardou
na Macedônia uma palavra daquele companheiro. A aflição de Paulo era intensa.
Ele escreve que em seu corpo não havia descanso enquanto aguardava, e sentia-se
atormentado a todo momento. No capítulo 5 diz que sua vida tornou-se combates
por fora e temores por dentro. Mas a igreja ouviu a Tito e se arrependeu. A
segunda carta aos Coríntios é a resposta às boas novas do seu companheiro Tito.
Paulo
escreveu claramente em um contexto pastoral. O seu testemunho reflete
perfeitamente os dois lados do ministério, a tristeza e a alegria. Ele envolve
essa reflexão pastoral em uma metáfora neste texto: “Mas graças a Deus...”. Sua vida pastoral era como o desfile do
vencedor, mas a alegria da vitória estava entrelaçada com a tribulação que
existe no ministério. Paulo não fala aqui de mero triunfo. Ele se refere aos
desfiles triunfais do exército romano. Ser cristão é como marchar em uma daquelas
grandes celebrações. Ao utilizar a metáfora com referência ao seu ministério
pastoral, ele enfatiza que o ministério é uma maneira diferenciada de marchar
no desfile triunfal de Cristo.
Os
cidadãos de Roma não viam as batalhas, mas o exército romano fazia deus
desfiles em Roma para que os romanos pudessem partilhar das vitórias do
exército. Nesses desfiles os prisioneiros eram apresentados perante o povo...
Esses desfiles romanos tinham dois lados, apresentavam a celebração alegre e o
choro desalentado, a alegria da vitória e a humilhação da derrota. O ministério
de Paulo continha a cruel realidade de uma marcha para a morte. A idéia do
texto não é a vitória de Paulo, mas a vitória de Cristo. O pastor aqui é
colocado em exposição como prisioneiro. O texto original nos sugere a seguinte
tradução: “Graças a Deus, que em Cristo
sempre nos coloca em exposição (como se fôssemos prisioneiros em procissão
triunfal de Cristo)”.
Neste
caso, para Paulo, o ministério é paradoxal. Ele era prisioneiro de Cristo, e
isso tornava-se motivo tanto de celebração com alegria como de angústias. Paulo
foi capturado por Cristo, tornou-se seu prisioneiro para que fosse instrumento
pelo qual vidas seriam abençoadas em seu ministério. Portanto, o ministério
pastoral, quer seja no primeiro século, quer seja no século vinte e um é feito
de dores e angústias que se mistura a alegria de ver. Portanto, o ministério
pastoral é: uma luta intensa e um fardo alegre.
Por
isso algumas conclusões:
1. Pastor não existe para controlar,
mas influenciar (Hebreus 13.7).
2. Não intimide o pastor com suas
expectativas. Geralmente as expectativas são irrealistas (Amós 3.7).
3. Não caia na armadilha de que é
capaz de avaliar o ministério do seu pastor. Se há alguma questão adversa resolva
na oração, não com pressões (1 Coríntios 4.1-3).
4. Facilite as coisas para o
ministério pastoral (Hebreus 13.17).
5. Respeite o pastor como homem de
Deus (1 Timóteo 1.12).
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