No mundo, hoje, o clamor é contra a exclusão social (os excluídos são a classe abaixo da pobreza). Quero neste espaço tratar o assunto do ponto-de-vista bíblico-teológico. Sendo assim, começo minha reflexão olhando para Jesus no seu relacionamento com os excluídos.
Em primeiro lugar, Jesus foi um excluído por ter nascido fora, num vilarejo e por ter fugido dos poderosos; cresceu fora sendo expulso de Nazaré; pregou fora na Galiléia; morreu fora de Jerusalém por ser "persona non grata" para os judeus; ressuscitou fora do centro religioso, mas mesmo tudo isso ele sempre foi o Senhor.
Em segundo lugar, vemos como Jesus se relacionou com os excluídos do seu tempo. Na época a exclusão social não era de ordem econômica, mas religiosa. Os excluídos eram os leprosos, os doentes, os pagãos, os pobres e os pecadores, mas foi justamente esses que Jesus mais valorizou e esteve perto. Jesus rompe com a exclusão e sempre alerta para a necessidade de inclusão.
Em terceiro lugar, vemos a lógica da exclusão/inclusão de Jesus. O pensamento de Jesus é fazer com que os incluídos recebam os excluídos. A igreja tem esse papel. Ou pelo menos, deveria exercê-lo. Jesus nos deixou o exemplo!
Portanto, a igreja como manifestação do cristianismo tem um papel importantíssimo na luta contra a exclusão social. O escritor Clodovis Boff, destaca 4 atuações para a igreja:
1) Estar junto, fisicamente, dos excluídos. As necessidades são supridas estando não só perto, mas junto;
2) Ajudar os excluídos a crescerem como pessoa, auto-estima, etc. A exclusão social tende a transformar sentimentos, personalidades e caráter;
3) Desmascarar a realidade da exclusão mantendo o ardor profético, denunciar a calamidade social, exercer pressão em todos os setores da sociedade com sua voz;
4) Suscitar esperança. Fazer as pessoas sonharem. Erguer a cabeça dos necessitados. Levantar o espírito de "avante".
E, com certeza, se a igreja (eu) praticar o Cristianismo inaugurado pelo Cristo da igreja, incluindo os excluídos, mesmo com a omissão do Estado, a realidade social ao nosso redor começará a mudar. O Cristianismo não deve ser o nosso discurso, simplesmente, mas a nossa prática.
LEANDRO MENEGATTE
O CRISTIANISMO DO CRISTO
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Leandro Menegatte
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