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"Evangelho sem cruz é religião sem graça e sem salvação"

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O QUE ACONTECE NA VIDA DE UM ADORADOR?

João 4.1-42


Esse texto é conhecido como aquele que narra a universalidade do evangelho, na medida em que Jesus se encontra com a mulher samaritana e muda completamente a sua vida. O texto nos dá conta de que os judeus não toleravam nem aceitavam os samaritanos por motivos históricos que não vem ao caso agora. O texto deixa claro que o evangelho é para todos, por isso Jesus dedica tempo com essa mulher do texto. Todavia, também, podemos perceber o que acontece quando nos encontramos com o Senhor. Jesus não está aqui num templo, ou num monte, ou à beira mar pregando às multidões. Está num lugar improvável, junto ao poço de Jacó, no território de Samaria, afastado das multidões. Ali, sozinho, nem seus discípulos estavam por perto porque aquele seria um momento especial, singular, na vida de uma mulher rejeitada, infeliz, condenada a uma vida de pecados, mas que teria um encontro que mudaria sua vida.
É importante também dizer que encontrar-se com Jesus é o mesmo que encontrar-se com o Pai, pois como Jesus disse: “Eu e o Pai somos um”.  O encontro dessa mulher com Jesus nos ensina sobre o que acontece conosco quando nos encontramos com o Senhor.

  1. Primeiro é o sentimento de perplexidade (vs.9-10)

Às vezes as pessoas que estão dormindo espiritualmente precisam receber um choque. Se você quer que elas ouçam o que você tem para dizer, talvez até tenha de escandalizá-las. Jesus é especialista nisso. Para nos ensinar algo sobre adoração, ele usa uma prostituta!
—Vá chamar seu marido— ele diz à mulher samaritana.
—Não tenho marido— responde ela.
—Você está certa— replica-lhe Jesus.
—Mas já teve cinco, e o homem com quem anda dormindo não é seu marido.
Ela ficou chocada. Nós ficamos chocados! Mas Jesus está simplesmente sentado ali à beira do poço, com as mãos apoiadas no colo, olhando para a mulher com seu olhar cortante, pronto para nos ensinar sobre adoração.
A primeira coisa que aprendemos é que adoração tem que ver com a vida real. Não é um interlúdio mítico em uma semana de realidade. Adoração encontra com uma vida adultério, fome e conflito racial. Saber disso choca a gente, pois acreditamos que adoração tem haver com um mundo paralelo que não tem correlação com a realidade.
Jesus está extremamente cansado da viagem. Está com calor e com sede. Então decide: "Sim, agora mesmo, exatamente agora, procurarei alguém para adorar o Pai — uma adúltera samaritana. Mostrarei aos meus discípulos como meu Pai procura adoração no meio da vida real, da pessoa mais improvável. Ela é samaritana. É mulher. É meretriz. Sim, e vou aproveitar para lhes mostrar uma ou duas coisas sobre como colher verdadeiros adoradores da seara madura das prostitutas de Samaria".
E ele ainda eleva o nível de perplexidade. Voltemos para o começo da história. "Era-lhe necessário atravessar a província de Samaria", a caminho da Galiléia. "Chegou, pois, a uma cidade samaritana, chamada Sicar. [...] Estava ali a fonte de Jacó. Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte, por volta da hora sexta [meio-dia]" (Jo 4.4-6).
Os samaritanos eram o que restava do reino israelita do Norte e haviam se misturado com estrangeiros depois que a elite do país fora levada para o exílio no ano 722 a.C. Chegaram a construir um lugar de culto próprio no seu monte Gerizim. Rejeitavam o Antigo Testamento, com exceção da sua própria versão dos primeiros cinco livros de Moisés. Sua animosidade em relação aos judeus (como Jesus) existia havia séculos.
Jesus caminha diretamente em direção a essa hostilidade, senta-se e pede um copo de água.  A mulher fica perplexa pelo próprio fato de Jesus lhe dirigir a palavra:
—Como, sendo o senhor judeu, pede de beber a mim, que sou mulher samaritana?
Em vez de responder-lhe diretamente, Jesus eleva um pouco mais o nível de perplexidade dela, dizendo:
—Se você conhecesse o dom de Deus e quem é o que lhe pede: dê-me de beber, você lhe pediria, e ele lhe daria água viva. — O que foi realmente surpreendente não é que ele lhe pedira água, mas que ela não pediu a ele! Ele tem "água viva" e a chama "o dom de Deus".
A mulher, porém, não consegue atingir essa altura. Ela diz simplesmente:
—Como é que o senhor pode dar-me água, se nem mesmo tem um balde?— Ela ainda não sintonizou a frequência de Jesus.
Assim, Jesus eleva ainda mais o nível de perplexidade:
—Quem beber dessa água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele umafonte a jorrar para a vida eterna.
O que surpreende não é que ele pode dar-lhe água sem ter um balde, mas que sua água satisfaz para sempre. Mais ainda: depois que você a bebe, sua alma torna-se uma fonte. É água milagrosa: ela penetra em solo arenoso e dali jorra como fonte de vida.
O que significa isso? Significa que Jesus é gerador de vida em qualquer indivíduo. Pode ser o mais culto, quanto o mais iletrado...
Portanto, a água que Jesus dá é ele mesmo. A sua presença na vida elimina a frustrante sede da alma e transforma você em uma fonte em que outros podem encontrar vida. A água oferecida à samaritana adúltera foi a vida do próprio Jesus. Quando vamos a Cristo para beber, o que bebemos é a verdade — não uma verdade seca, sem vida e sem poder, mas verdade encharcada do Espírito vivificador de Deus! A palavra da promessa e o poder do Espírito são a água viva oferecida à meretriz de Samaria.
O encontro dessa mulher com Jesus também nos ensina sobre o que acontece conosco quando nos encontramos com o Senhor.

  1. Toque divino nos lugares das nossas feridas (vs.16-18)

O diálogo entre Jesus e a mulher samaritana foi um verdadeiro desnudamento emocional. Aquela mulher tinha sede por relacionamentos. Mas até então era somente usada sexualmente por um homem. Encontramos uma mulher rejeitada, frustrada, triste, decepcionada, amarga. O que precisava estava a sua frente, mas inicialmente não enxergara. Somente com a ajuda de Jesus ao conscientizá-la da sua fragilidade emocional e espiritual, nesse caso produzido pelo pecado de viver com um homem que não era seu marido. Ela era pecadora? Sim! Mas veja que o seu pecado era produto de toda uma vida de traumas. As pessoas que se relacionavam com ela diziam coisas depreciativas, impunham-lhe vários sentimentos que não podia mais carregar. Como consequência não pode se relacionar com outros: “Tiveste cinco maridos”. Por que você acha que ela se casou cinco vezes? O problema estava nela ou nos outros?
Essa mulher do texto, revela, e você sabe isso, que todos anseiam por se sentir amados, importantes, valorizados, compreendidos, aceitos. Fomos feitos para os relacionamentos. Esse é outro anseio da alma. O homem é um ser afetivo. Uma das maneiras mais ricas de você se conscientizar dos seus anseios é refletir sobre as decepções que já sentiu nos relacionamentos com pessoas importantes e entender o que poderia ter sido feito que lhe traria alegria. Pense no que gostaria que as pessoas dissessem a seu respeito ou fizesse para você. Como você se sentiria se seu pai dissesse: “Eu te amo”? Se sua mãe lhe incentivasse ao invés de ser crítica ou rígida demais com você, tolindo sua liberdade? A forma com que as pessoas lidaram com você, principalmente na sua infância tem afetado você hoje?
A sede por relacionamentos revela que cada um de nós deseja ardentemente que alguém nos veja da forma exata como somos, com todos os nossos defeitos, e ainda nos aceite. E mesmo que outros sejam incapazes disso, Jesus toca nos  lugares que mais doem em nós para recebermos sua cura, pois sem essa cura não conseguimos nos relacionar verdadeiramente com ele como adoradores.

Terceiro: O encontro dessa mulher com Jesus também nos ensina que quando nos encontramos com o Senhor.

  1. Somos transportados da contemplação para ação (vs.28-30, 34-35)

Ou seja, adoração tem propósito missionário. Qualquer adoração que não nos transporta para uma vida de reais adoradores é pseudo-adoração. Porque se adoração traz consigo o conceito de que se reconhece que Deus é, a minha postura diante de Deus muda. A mulher samaritana encontrou-se com Jesus, reconheceu que ele é Deus. O texto diz: “Então, deixando o seu cântaro, voltou à cidade e disse ao povo: (...) venham ver o Cristo” (v.28). Ela tinha uma motivação representada pelo seu cântaro: buscar água no poço. Após encontrar-se com Jesus, ter experimentado a água da vida e tornar-se em uma verdadeira adoradora, sua motivação muda. Agora é uma adoradora que vai em buscar de outros adoradores, pois se Jesus é real em sua vida, poderá ser também na vida dos outros. Se Jesus a tirou do pecado, outros podem ser tirados também. No entanto, precisou abandonar seu cântaro.

O cântaro pode ser qualquer peso que nos torna mais "lentos" na vida, pode ser um empecilho, pecado, vício e etc. Seja o que for na sua vida precisa ser abandonado para que o Senhor lhe torne verdadeiro adorador.

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