Consciência e Fé. Tecnologia do Blogger.

"Evangelho sem cruz é religião sem graça e sem salvação"

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COMO ANDAR COM DEUS NO NOVO ANO


Romanos 8.28-39

Em 2012 qual foi a sua pior dificuldade na caminhada de fé? É verdade que essa pergunta conduz a busca por respostas das mais variadas, mas que não responderão o que de fato tem correspondência com ela. A razão concentra-se naquilo que vocês estão cansados de ouvir deste púlpito, exceto alguns que estão aqui de passagem, de que as questões que frequentemente buscamos soluções ou respostas fora de nós, na verdade, estão em nós mesmos. Ou seja, frequentemente pensamos coisas sobre nós fora de nós. A vida sempre acontecendo fora.  Então, quando pergunto: Qual foi a sua pior dificuldade na caminhada de fé em 2012?, talvez alguns responderão: “Ah, foi minha sogra! Ela é terrível! Me tirou do sério várias vezes. Vive se intrometendo nas coisas lá de casa, causa intriga. Eu e minha mulher temos brigado tanto que nem tenho vontade de orar mais, ler a Bíblia é um fardo. Ir à igreja então... Me sinto abatido, desanimado...”. A maioria de nós escolhe temas, pessoas, situações, decepções nos relacionamentos para determinar o motivo da dificuldade do andar com Deus. Outros diriam: “Minha pior dificuldade foi o pastor ou vários pastores...”; “Foi a igreja... Minhas experiências com a igreja prejudicaram em muito minha caminhada com Deus”; “Foi o diabo...”; “Pra mim foram as adversidades. Oh, ano difícil...”; “As privações... Elas sim, foram um entrave na minha caminhada de fé”; “Foi a morte do meu ente...”.

E de fato a gente elege essas coisas para fugir ou não chegar à raiz da questão. Não são essas coisas ou pessoas que atrapalham nossa caminhada de fé. Não são essas coisas que atrapalham nossa vida com Deus. Elas nem tem o poder de atrapalhar. Porque o texto bíblico não os elege como sendo aqueles que atrapalham nossa trajetória. Ele diz: “...” (vs.37-39). Essas coisas não são vencidas na nossa caminhada. Elas não surgem como impedimento de andar com Deus ou como elemento absolutamente destruidor. Pois o texto é claro ao dizer que todos eles foram vencidos em Cristo que nos amou. Você já venceu todos eles. Tudo o que acontece fora de você mesmo já foi derrotado em Cristo. Então, se tudo que está fora de mim e que poderia ser impedimento no andar com Deus foi vencido em Jesus, mas se há coisas que atrapalham meu caminhar é lógico concluir que o que me atrapalha está dentro de mim, assim como o que me catapulta para o andar com Deus está dentro de mim. Portanto, ninguém nem nada do lado de fora tem o poder de atrapalhar minha caminhada com Deus. Somente eu em mim tem esse poder. Então, não é sua sogra, nem seu cônjuge, nem suas privações, nem seu irmão em Cristo, nem o pastor ou pastores, nem a igreja ou as igrejas, nem o diabo, nem a morte de um ente... é você mesmo. “...” (vs.38-39). Não são as forças visíveis ou invisíveis. Nada do que está pra fora pode me afastar do amor de Deus, disse Paulo.
Isso tudo coloca pra nós algumas questões:

1. O ANDAR COM DEUS NÃO DEPENDE DAS CIRCUNSTÂNCIAS, MAS DE UMA DECISÃO PESSOAL (vs.34-35)

Pense comigo: o amor de Deus alcança a alma do indivíduo. Se Jesus fez tudo isso por nós, nossa salvação não é circunstancial. Nada tira nossa salvação. Se isso é verdade, nosso caminhar com Deus também não é circunstancial, a não ser que eu seja a minha própria circunstância já que nada me tira do caminho além de mim mesmo.

Olhando para o verso 35, todas as coisas descritas ali são elementos constitutivos da nossa cami-nhada terrena. Ou seja, somos atribulados, angustiados, perseguidos, passamos por privações, perigos, guerras... “todos os dias” (v.36). E mais, diz que por amor a Ele a morte o cerca todos os dias. Aqui há um contexto de perseguições.

Portanto, quem dificultou seu andar com Deus em 2012? VOCÊ MESMO! E se a Bíblia diz que tudo isso já foi vencido em Cristo, por que pessoas chegam ao final de 2012 sentindo-se derrotadas? A questão fundamental é de foro interior. Isso diz respeito ao Evangelho sendo internalizado. Essa é a decisão. Consiste em abraçar o Evangelho em toda a sua plenitude. O Evangelho faz por mim (As bem-aventuranças...).

Então, o andar com Deus não depende das circunstâncias, mas de uma decisão: abraçar o Evangelho.

2. MEU ANDAR COM DEUS NÃO É UM CAMINHO, MAS EU MESMO (vs.28-29)

O caminho é o próprio indivíduo. “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam”. Em outra versão: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.” A palavra que foi traduzida por cooperar é sinergia, no grego... Isso tudo com um propósito. Esse propósito está contido no verso 29 “...”.

A mensagem dita nesses versos é dita, mas muitas vezes não percebida. Diz que o interesse de Deus é você... 

Então, quando as circunstâncias surgem o objetivo de Deus é você. Ele trabalha nas circunstâncias porque o seu amor sobre você. As circunstâncias são apenas instrumentos de Deus na sua vida para que algo muito maior que a cessação das circunstâncias adversas aconteçam: fazer de você alguém parecido com Jesus. Nesse caso, nada é impedimento a não ser você mesmo. Dallas Willard em seu livro “A conspiração divina”, tem um capítulo em que trata da relação fé e vida, e como Deus quer trabalhar a nossa fé na nossa vida.

Querido(a), as questões impeditivas no nosso andar com Deus somos nós mesmos. Eu sou o meu caminho. Os buracos estão em mim, as pedras estão em mim, os abismos estão em mim. Não estão fora de mim. Não estão nos outros. Estão em mim. Estão em você. Assim como na prata, Deus quer nos purificar para que nossa vida seja o caminho no andar com Ele.

Portanto, o meu caminho no andar com Deus é eu mesmo.

3. EM SENDO EU MESMO O CAMINHO, MINHA VIDA TERMINA EM JESUS (v.29)

A partir do momento em que fomos alcançados por Jesus, Deus trabalha em nós para sermos como Jesus. Há uma música que diz assim:

“Quero ser igual a Jesus, caminhar seguro na luz,
Conhecer ao Pai e fazer sua vontade
Tudo aquilo que Jesus aqui fez
Também quero eu fazer.
Demonstrar amor como ele mostrou
E também pregar como ele pregou
Quero ser exemplo de vida como ele foi pra mim
Quero ser como Jesus”. 

Sua vida deu seus passos em 2012 para igual a Jesus? Que tal ao invés de traçar planos terrenos e seculares para 2013 determinar que em 2013 a começar hoje sua vida vai ser o caminho que desemboca em Jesus. 

CONCLUSÕES:

Como será seu andar com Deus em 2013 não sei. Mas sei que se você quer andar com ele sendo você o caminho que termina em Jesus, algumas coisas terá que fazer.

a) Pare de culpar os outros pelo momento que você está. Seu desânimo não é por causa de outros. Sua desistência não por outros... Mas por você. Quando culpo os outros ou às circunstâncias pelo que estou vivendo meu andar torna-se um caminhar de morte. Porque se a Bíblia diz que “a alegria no Senhor é a minha força” e estou sem força é porque meu ser não está em Deus.
b) Se aproprie do Evangelho. Quando penso nos versos (37-39) enquanto verdade e promessa divinas não me sinto infeliz com Deus ou em Deus porque o é Evangelho se realizando em mim.
c) Portanto, ao invés de buscar responsáveis para fora de você faça da sua vida um andar para se realizar em Deus apesar de (vs.35, 38-39). Se realizando em Deus encontramos motivos para: servir a Deus, crescer em Deus, amar a Deus, se fortalecer em Deus...

Que assim seja seu andar com Deus em 2013!

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NATAL



Por Delcyr de Souza Lima
Neste Natal e no despontar
do Ano Novo, eu queria que a Estrela
viesse a brilhar na vida de cada lar.
Eu queria que essa estrela não ficasse
fria e silente.
Impressa em cartões de boas festas,
ou simplesmente
dependurada em algum presépio...

A Estrela aponta o caminho
para o Filho de Deus, nascido em Belém.
E Ele é quem pode
reanimar os abatidos, consolar os que choram, levantar os fracos
e colorir com as cores da esperança
os horizontes mais sombrios da vida!

Tomando as veredas da Estrela, seguiremos pelos caminhos
da paz, do amor e da fé.
Andemos por essas veredas,
seguindo essa Estrela,
de mãos dadas
unidos todos
no esforço pelo triunfo do bem.

Assim vivendo,
os sorrisos das crianças,
o idealismo dos jovens,
a ternura das mães e a fortaleza dos pais
hão de misturar-se ao colorido das flores
para formar a perene primavera...

Logo, então, a Estrela fulgirá
mais linda ainda,
e de novo ouviremos a mensagem dos anjos:
“Glória a Deus nas alturas,
paz na terra,
boa vontade para com os homens!”.

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A GRANDEZA DO NATAL


Mateus 2.6

Na época do nascimento de Jesus existiam três civilizações extremamente importantes: Jerusalém que era a capital religiosa e se especializou no conhecimento das Escrituras; Roma, capital política que avançou muito na organização militar e jurídica; e Atenas, na Grécia, berço da civilização moderna cujas descobertas são notáveis e influenciam até hoje, por exemplo: a Matemática de Tales de Mileto; a geometria de Euclides e Pitágoras; a física de Arquimedes; a biologia de Anaximandro; a medicina de Empédocles que descobriu que o sangue sai do coração e volta a ele, e que os poros da pele auxiliam no trabalho de trocas respiratórias, foram eles que descobriram o sistema nervoso, desenvolveram a cirurgia e muitas outras realizações científicas; além disso, tem a cultura, a arte e a língua. 
Em contrapartida está Belém que era considerada a menor dentre as principais cidades: Jerusalém, Roma e Atenas. Mas por que era considerada a menor? Era considerada menor não porque era pequena em tamanho e população somente, mas porque não tinha do que se orgulhar, não possuía as realizações das grandes cidades, era pobre, abandonada, fazia parte do distrito de Efrata. Mas como Deus anda na contramão do pensamento humano, atribuiu a Belém a importância que ninguém dava. Este verso é de alguma forma uma exaltação à cidade de Belém quando diz: “Mas tu, Belém, da terra de Judá, de forma alguma és a menor entre as principais cidades de Judá...”, a razão é simples: “... pois de ti virá o líder que, como pastor, conduzirá Israel, o meu povo”.  A importância de Belém, portanto, está no fato de que esta cidade foi o berço de Jesus. 
Mas, por que Jesus nasceu em Belém se havia tantos lugares importantes na época, que poderiam ser o berço do seu nascimento? Duas são as razões.

a) POR UMA QUESTÃO DE PROMESSA – Deus havia restaurado a promessa a Israel por Davi que da descendência dele viria o Messias. Belém era a cidade natal de Davi, logo Jesus nasceria lá.

b) POR UMA QUESTÃO DE HUMILDADE – Jesus não nasceria numa cidade autossuficiente, orgu-lhosa de si mesma.
Mas vamos pensar em pessoas. E você, ouvinte, é uma pessoa. Neste caso, o que faz com que você seja importante? Quais os pressupostos que nos fazem avaliar se uma pessoa é importante ou não? A sociedade diz que pelos bens que possui, ou pela posição de autoridade. A importância está ligada ao mérito, prestígio, influência. Por isso muitas pessoas estão envoltas por preconceitos, discriminações, valorização de uns depreciando outros. E esta história é muito mais que a história de uma cidade, é a história de pessoas rejeitadas, discriminadas, postas de lado. 
Não sei nem quantos nem quem são, mas sei que existem pessoas que me ouvem em situação semelhante, que não veem em si o valor que têm, nem tampouco, ouve isso de outros. Isto é muito ruim! No entanto, uma coisa é ser vítima de análises distorcidas que as pessoas fazem, outra coisa é se deixar vitimar por elas por não conseguir ver a importância que tem, porque, neste caso, se sentindo inferiores, com desejo de autoafirmação, acabam se sentindo melhores depreciando o se-melhante. E se você se deixar dominar pelo que pensam a seu respeito e acredita nisso, acabará se tornando uma pessoa complexada e doente. Isso não precisa acontecer com você!
Quero que você pense no natal de uma forma diferente: O natal representa a importância que você tem. Pois você tem importância pra Jesus; é por isso que ele nasceu. E aquilo que as pessoas pensam de você não significa necessariamente que você o seja. O mais importante é o que ele pensa de você: um ser muito especial, que foi capaz de ser objeto do seu amor incondicional, fazendo com que ele nascesse para mudar a sua vida. 
Não dê importância ao que não tem importância. O próprio Jesus teve uma experiência assim. Quando as pessoas pediram a sua morte, ele disse: “Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem”. Em outras palavras, ele disse: Pai, eles não conseguem ver em mim o a importância que tenho. As pessoas o consideravam um falsário, um mentiroso, o falso Messias. Ou seja, as pessoas tiveram uma visão distorcida a seu respeito. As pessoas não davam importância a ele, mas ele sabia que era importante.
Guarde uma coisa em seu coração: a forma com que você se vê será a forma com que os outros lhe verão. As pessoas podem dizer que você é ninguém por não ter estudo, por não ter um carro do ano, não ter uma boa casa. Ou então, você se sente inferiorizado por você mesmo achando que merece nada, talvez porque as pessoas não ligam pra você, ou porque seu marido lhe despreza, ou porque é o único da família que não estudou...
Então, a grandeza do natal se baseia no fato de QUE VOCÊ É IMPORTANTE PORQUE JESUS O FAZ IMPORTANTE. Ou seja, a importância da vida não está naquilo que construímos para nós, mas naquilo que Jesus constrói para nós. O valor de uma pessoa não está naquilo que possui, mas em Jesus. Ele é o único que pode lhe dar o real valor. Talvez qualquer pessoa não fosse capaz de dar a sua vida por você, mas Jesus deu. Ele abriu mão de toda a glória, riqueza por amor a mim e a você. Permita que o natal revele em seu coração que o nascimento de Jesus é porque você é muito impor-tante pra ele. Permita que ele nasça em sua vida. Ele precisa liderar sua vida, ser Senhor de seu co-ração, ser o pastor da sua alma. Receba-o em seu coração.

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ATITUDES QUE REVELAM O NATAL


Mateus 2.11

Os magos do Oriente interessados em alcançar a verdadeira sabedoria, guiados por uma estrela, foram a Belém reconhecendo a divindade de Jesus com duas atitudes:

1. ADORAÇÃO: “Prostrando-se, o adoraram” – O ato de adoração dos magos revela uma verdade: quanto mais sábios, mais reverentes são os homens. De joelhos e com o olhar para aquele que veio do céu a Terra pela encarnação.

2. CONSAGRAÇÃO: “Abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas, ouro, incenso e mirra”. – Natal também é um ato de consagração. Não bastam atitudes reverentes e contemplativas. A adoração se completa com uma ação positiva: a entrega, com o nosso coração, de algo que representa materialmente o nosso amor a Jesus.

Com estas atitudes está o reconhecimento do caráter real de Cristo em nossa vida. Onde são demonstradas a nossa disposição de colaborar com a sua obra na Terra.

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O QUE ESTAMOS FAZENDO COM A IGREJA?


Reunido com seus discípulos, Jesus faz uma pergunta que deixou Pedro à vontade para responder: “Quem os outros dizem que o Filho do homem é? (...) Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, Jeremias ou um dos profetas” (Mt 16.13-14). Entretanto, a preocupação de Jesus não consistia na maneira como as pessoas o enxergavam ou pensavam sobre ele. O que Jesus desejava era saber o que seus discípulos falavam a seu respeito ou sobre como os discípulos demonstravam ser Jesus. Por isso, prosseguiu reformulando a pergunta: “E vocês? Quem dizem que eu sou?” (Mt 16.15). Quando Pedro responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, Jesus afirmou que essa revelação fora feita pelo Espírito. E sobre aquilo que saiu da boca de Pedro, revelado pelo Espírito Santo, a sua igreja seria edificada. Ou seja, Jesus deu ênfase naquilo que definiria a sua igreja: “o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Isso fez uma diferença enorme na vida dos discípulos e, por conseguinte, da igreja. A igreja como instituída por Cristo sempre foi fundamental no ser discípulo.

Mas, com o passar do tempo a ênfase dada por Jesus foi sendo mudada. Todos agora são evangélicos. Alguns são “gospel”. Já fomos mais respeitados quando o caráter era trabalhado em nossas igrejas. A ênfase mudou. Passou a ser o poder espiritual com interesse no poder material e político, pois o interesse não está no quebrantamento espiritual, mas no “poder espiritual” para dominar. Neste caso a Bíblia foi aos poucos sendo posta de lado porque ela estabelece padrões e limites em todo o procedimento, mas parece que isso não interessa em alguns casos. 

A ênfase de Jesus mudou. Foi substituída por revelações em cascata, de profecias onde líderes nem sempre sensatos fogem ao controle das Escrituras e ditam sua visão pessoal como se fosse palavra divina. O senso crítico foi abandonado. De pastor passou-se a bispo, a apóstolo (e sabe Deus onde isso vai parar...). De discípulos comprometidos com o Reino a consumidores exigentes que só se satisfazem se a igreja for do seu jeito e se atender aquilo que acredita ser a sua demanda; caso contrário, procura-se outro “fornecedor religioso”.

A igreja se desequilibrou. E isso é grave, pois uma igreja desequilibrada gera pessoas desequilibradas. Porém, o evangelho, “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, gera saúde, não enfermidade. Hoje não é difícil encontrar grupos que acham os sãos espirituais e emocionais de frios e sem experiências sobrenaturais. E se o rebanho não cresce é porque falta “poder”. Que “poder”?

A ênfase mudou. A ética deu lugar à celebração. É mais importante o “louvorzão” do que a reflexão sobre como anda a vida com Deus, o conserto da vida e das relações, a afirmação de valores divinos. Pouco se fala contra o pecado e santidade, a volta de Cristo, as exigências divinas para uma vida séria e comprometida com o Reino. As Escolas Bíblicas que antes eram fundamentais, onde numa cena belíssima pais caminhavam com seus filhos rumo ao templo, todos com suas Bíblias em punho. Hoje parece que não há tanto prazer. Aliás, não raro, as Bíblias são esquecidas ou deixadas propositadamente nos bancos do templo para que no domingo seguinte se encontre com seu dono. Quem sabe assim gera saudade da Palavra de Deus!

A ênfase mudou. A ética deu lugar a estética. Certa vez preguei numa igreja de minha denominação e fiquei assustado. Parecia um show. A entrada do grupo de louvor foi no mínimo doentia. As luzes do templo foram apagadas, refletores acesos cujos focos coloridos coreografavam no ambiente tornando-o num lugar mais parecido com uma danceteria. E o entusiasmo da “galera”? Senti-me mal. E envergonhado. Não foi isso que aprendi na Bíblia. 

O que estamos fazendo com a igreja? Aquela igreja onde a Bíblia é pregada, em que a crença no poder do Espírito para fazer a obra crescer nos leve a prescindir de atos desonestos, de manipulações e de extorsão na contribuição. Aquela igreja que evangeliza e não agride. A igreja que aceita o crescimento dado pelo Espírito, e não o de produto de um marketing voltado para o seu “mercado consumidor”. Aquela igreja onde caráter é mais importante. Aquela igreja em que o evangelho não ceda lugar à convivência sem confrontações e sem exigências em nome de não repelir as pessoas. Aquela igreja que prega Jesus e não política. Que façamos da nossa igreja uma igreja que valha a pena. Uma igreja cheia de discípulos comprometidos com o Reino e não uma igreja “gospel”, cheia de evangélicos vazios da vida de Deus.


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SONHOS, PROMESSAS E UM GRANDE DEUS


Josué 14.6-14

Calebe estava entre aqueles doze homens que Moisés enviou a Canaã para espiar a terra. Naquela ocasião Deus prometera a Calebe que Hebrom seria sua por herança. E neste contexto aqui, toda a Canaã já fora dividida entre as tribos, porém, menos Hebrom que era de Calebe, mas que não havia sido conquistada.
A promessa fora feita 45 anos antes de Canaã ser conquistada. Esperar durante muito tempo não é fácil. A sensação é de que nada está acontecendo, se movendo para o seu alvo. Tudo parece estar parado no tempo e no espaço. Calebe teve que esperar confiante por este grande momento. Para Calebe perseverar não era questão de opção, mas uma questão de realização de um sonho.
Agora lhe pergunto qual é o seu grande sonho? O de concluir a faculdade ou fazer uma? O de melhorar as condições de vida da sua família? Ver toda a sua família aos pés do Senhor? Ver a restauração da família? Ter o perdão de alguém? De casar?
No entanto, o que você precisa saber é que a sua Hebrom não pode ser apenas um desejo, tem que ser uma promessa de Deus. Ou seja, não adianta sonhar com aquilo que Deus não lhe prometeu. Em outras palavras, você só verá como Deus é grande quando seus sonhos forem produtos de suas promessas a você. Não importa quanto tempo passará até que Deus cumpra suas promessas. O importante é não perder, deixar escapar ou descrer da promessa de Deus.
Nesta perspectiva quero convida-lo a olhar para Calebe e ver que não é a fé o suficiente para que as promessas de Deus se realizem em sua vida, mas aquilo que você fará como resultado da fé de que o grande Deus cumpre suas promessas.
Para manter vivos os sonhos até o cumprimento da promessa de Deus, é preciso:

1.  Não desistir do sonho (v.7,10)

                A promessa fora feita 45 anos antes de Canaã ser conquistada. Esperar durante muito tempo não é fácil. A sensação é de que nada está acontecendo, se movendo para o seu alvo. Tudo parece estar parado no tempo e no espaço. Calebe teve que esperar confiante por este grande momento. Para Calebe perseverar não era questão de opção, mas questão de realização de um sonho.
                “Como sentia no coração”, são as palavras ditas por Calebe. Estas palavras revelam a certeza deste homem sonhador, visionário. Sentia no coração o desejo de possuir logo a terra que Deus prometera. Há uma promessa para ser realizada. Será um amanhã cheio de esplendor. O nosso destino é Hebrom! Todos nós esperamos por isso. No entanto, qual é sua Hebrom? Ou seja: seu grande sonho?
                Calebe não podia sonhar com aquilo que Deus não prometera. O que está acontecendo na sua vida é baseado no que Deus falou a você ou está se baseando na intuição?

2. Vencer os gigantes (v.12)

                Deus não faz aquilo que cabe a nós. Calebe sabia disso. Por isso, que com disposição se levantou do seu lugar e lutou por aquilo que era seu por promessa divina. Muitas bênçãos podem ser perdidas quando nos acomodamos. A luta é necessária para que as coisas se realizem. A luta faz os vencedores. Os sonhos que se realizam não ficam apenas como sonhos, mas são transformados em luta diária e constante do que se quer e Deus prometeu.
                Os gigantes são as situações, aqueles momentos em que se diz a nós: “Você não vai conseguir”, “Isso é impossível de se realizar”. Os gigantes possuem vários nomes. Havia alguns gigantes na vida de Calebe:

a)       A cidade fortificada;
b)       Os homens daquela cidade;
c)       A sua idade;
d)       Solidão.

Mas na sua vida os gigantes podem possuir outros nomes, por exemplo:

a)       “Sem dinheiro” – O “sem dinheiro” impede com que pessoas realizem o sonho de fazer um curso, de construir sua casa, impede a igreja de conquistar muitas coisas. Nesse caso se diz: “Não tenho condições”, “Não temos dinheiro”. Lembram daquela mulher que tinha um fluxo de sangue? Aquela mulher não tinha mais dinheiro algum, mas o seu sonho se realizou. Você pode não ter nenhum dinheiro, mas o seu sonho pode se realizar.
b)     O gigante pode ser a “Incredulidade”. Muitas vezes você pode ter engavetado seu sonho pensando que o tempo já passou: “Agora estou velho e não sirvo pra mais nada”. Não pense assim! Talvez por causa das muitas coisas que já aconteceram na sua vida e que não deram certo, você acredita que o sonho não se realizará.
c)     Mas, talvez, o gigante da sua vida se chame “Rejeição”. Por causa da rejeição muitas pessoas abandonam seus projetos... Ou quem sabe é o sentimento de inferioridade...

3. Renovar seu compromisso com o Senhor diariamente (v.8)

                Por três vezes o texto bíblico faz referência afirmando que Calebe fora fiel ao Senhor, versos 8, 9 e 14.

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ATÉ QUANDO?


O Salmo 13.1-2, dizem assim: “Até quando esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei inquietações e a tristeza no coração dia após dia?”.  O “ATÉ QUANDO?” é uma pergunta universal e histórica. Todos sempre a fizeram. Quando surge a dor, quando a tristeza assola a alma, quando as coisas não dão certo, quando a família está desequilibrada, quando o sofrimento se instala; enfim, quando se vive algo não desejado e que perdura por um tempo maior do que imaginamos, a pergunta surge enfurecidamente: “Até quando?”. A pergunta: “Até quando?” indica que a pessoa está vivendo ao extremo da dor e sofrimento, além de revelar a insatisfação com o momento e a infelicidade atual.
            Mas a pergunta que tratamos hoje, muitas vezes é proferida por nós, foi dita por Davi. Davi estava lamentando a opressão praticada pelos seus inimigos. Estava vivendo um momento em que se sentiu abandonado. Não conseguia perceber Deus. O primeiro “até quando?” de Davi retrata isso: “Até quando esconderás de mim o teu rosto?”. O segundo é apenas a consequência “Até quando terei inquietações e a tristeza no coração dia após dia?”. Ou seja, quando Deus não é percebido ou considerado, o Deus capaz de nos ajudar com amor e bondade, se sentimos que não está presente, como ter a certeza de que o sofrimento terá fim? A tristeza e a angústia na alma se instalam mesmo. Até quando, Senhor, não se importará comigo?
            Talvez você tenha chegado a um momento da vida onde as circunstâncias sequestradoras da fé e esperança estejam dizendo a você: Deus se escondeu! Deus não liga para o que você está vivendo! Isso está acontecendo porque Deus não o ama! Mas saiba que isso não corresponde à verdade. O fato de você estar vivendo o que está vivendo, não significa que Deus não o ama, mas apenas diz que você está vivo. Porque o que você passa todo mundo passa. As coisas não são difíceis apenas pra você. A vida de todo o mundo é dura, é difícil. Veja, quem fez tal questionamento no texto bíblico, “Até quando?”, foi Davi. A Bíblia diz que Davi foi um homem segundo o coração de Deus. Por causa das inúmeras experiências com Deus era impossível deixar de perceber que Deus se importava com ele. Mas nesse momento Davi estava se sentido mais enfraquecido como todos nós algumas vezes. Circunstâncias tiram de nós a capacidade de enxergar certas coisas, inclusive Deus. Há momentos na vida que passamos por problemas maiores e saímos deles com mais facilidade. Momentos há que passamos por problemas menores, mas que temos maiores dificuldades de vencer. Às vezes não é o tamanho do problema, mas a nossa capacidade e força para encará-lo.
A pergunta “Até quando?” pode ser feita não como meio de revelar a dúvida quanto a bondade de Deus, mas como a expressão de que Deus tem o controle sobre todas as coisas. Nesse caso, referindo-se ao tempo em que Deus colocará fim ao seu problema. Até quando passarei por isso? Por uns poucos momentos? Por alguns dias? Por algumas semanas? Por alguns meses? Para sempre? A essas perguntas somente Deus tem as respostas. Mas muitas vezes nos deixa em suspense, pois não se obriga a responde-las como as fazemos. Portanto, quanto ao tempo não sabemos as respostas. E o mais importante da pergunta é que o salmista Davi reconhece que Deus tem o controle absoluto de todas as coisas. Isso deve bastar para nós. Mas não bastará pra você se não permitir que Deus tome o controle também da sua vida.

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IGREJA BOTE SALVA VIDAS



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CANSEI!

Por Ricardo Gondim


Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensina que Deus restaura as forças do que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista. Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto.


Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos. Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes.

Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel me deixa arrasado porque sei que é uma propaganda enganosa. Cansei com os programas de rádio em que os pastores não anunciam mais os conteúdos do evangelho; gastam o tempo alardeando as virtudes de suas próprias instituições. Causa tédio tomar conhecimento das infinitas campanhas e correntes de oração; todas visando exclusivamente encher os seus templos. Considero os amuletos evangélicos horríveis. Cansei de ter de explicar que há uma diferença brutal entre a fé bíblica e as crendices supersticiosas.

Canso com a leitura simplista que algumas correntes evangélicas fazem da realidade. Sinto-me triste quando percebo que a injustiça social é vista como uma conspiração satânica, e não como fruto de uma construção social perversa. Não consideram os séculos de preconceitos nem que existe uma economia perversa privilegiando as elites há séculos. Não agüento mais cultos de amarrar demônios ou de desfazer as maldições que pairam sobre o Brasil e o mundo.

Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento “científico” da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças.

Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais.

Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros que vêm ao Brasil para soprar sobre as multidões. Fico abatido com eles porque sei que provocam que as pessoas “caiam sob o poder de Deus” para tirar fotografias ou gravar os acontecimentos e depois levantar fortunas em seus países de origem.

Canso com as perguntas que me fazem sobre a conduta cristã e o legalismo. Recebo todos os dias várias mensagens eletrônicas de gente me perguntando se pode beber vinho, usar “piercing”, fazer tatuagem, se tratar com acupuntura etc., etc. A lista é enorme e parece inexaurível. Canso com essa mentalidade pequena, que não sai das questiúnculas, que não concebe um exercício religioso mais nobre; que não pensa em grandes temas. Canso com gente que precisa de cabrestos, que não sabe ser livre e não consegue caminhar com princípios. Acho intolerável conviver com aqueles que se acomodam com uma existência sob o domínio da lei e não do amor.

Canso com os livros evangélicos traduzidos para o português. Não tanto pelas traduções mal feitas, tampouco pelos exemplos tirados do golfe ou do basebol, que nada têm a ver com a nossa realidade. Canso com os pacotes prontos e com o pragmatismo. Já não agüento mais livros com dez leis ou vinte e um passos para qualquer coisa. Não consigo entender como uma igreja tão vibrante como a brasileira precisa copiar os exemplos lá do norte, onde a abundância é tanta que os profetas denunciam o pecado da complacência entre os crentes. Cansei de ter de opinar se concordo ou não com um novo modelo de crescimento de igreja copiado e que vem sendo adotado no Brasil.

Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.

Canso de explicar que nem todos os pastores são gananciosos e que as igrejas não existem para enriquecer sua liderança. Cansei de ter de dar satisfações todas as vezes que faço qualquer negócio em nome da igreja. Tenho de provar que nossa igreja não tem título protestado em cartório, que não é rica, e que vivemos com um orçamento apertado. Não há nada mais desgastante do que ser obrigado a explanar para parentes ou amigos não evangélicos que aquele último escândalo do jornal não representa a grande maioria dos pastores que vivem dignamente.

Canso com as vaidades religiosas. É fatigante observar os líderes que adoram cargos, posições e títulos. Desdenho os conchavos políticos que possibilitam eleições para os altos escalões denominacionais. Cansei com as vaidades acadêmicas e com os mestrados e doutorados que apenas enriquecem os currículos e geram uma soberba tola. Não suporto ouvir que mais um se auto-intitulou apóstolo.

Sei que estou cansado, entretanto, não permitirei que o meu cansaço me torne um cínico. Decidi lutar para não atrofiar o meu coração.

Por isso, opto por não participar de uma máquina religiosa que fabrica ícones. Não brigarei pelos primeiros lugares nas festas solenes patrocinadas por gente importante. Jamais oferecerei meu nome para compor a lista dos preletores de qualquer conferência. Abro mão de querer adornar meu nome com títulos de qualquer espécie. Não desejo ganhar aplausos de auditórios famosos.

Buscarei o convívio dos pequenos grupos, priorizarei fazer minhas refeições com os amigos mais queridos. Meu refúgio será ao lado de pessoas simples, pois quero aprender a valorizar os momentos despretensiosos da vida. Lerei mais poesia para entender a alma humana, mais romances para continuar sonhando e muita boa música para tornar a vida mais bonita. Desejo meditar outras vezes diante do pôr-do-sol para, em silêncio, agradecer a Deus por sua fidelidade. Quero voltar a orar no secreto do meu quarto e a ler as Escrituras como uma carta de amor de meu Pai.

Pode ser que outros estejam tão cansados quanto eu. Se é o seu caso, convido-o então a mudar a sua agenda; romper com as estruturas religiosas que sugam suas energias; voltar ao primeiro amor. Jesus afirmou que não adianta ganhar o mundo inteiro e perder a alma. Ainda há tempo de salvar a nossa.

Soli Deo Gloria.

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CONCEITO CRISTÃO DO CERTO


Primeiramente, o conceito cristão do certo tem uma fonte superior – Deus. O cristão declara que Deus é um Ser pessoal, infinitamente amoroso, cujas perfeições são absolutas. Até mesmo o mais otimista dos humanistas não cristãos pode, na melhor das hipóteses, oferecer uma espécie humana que, segundo espera e de modo emergente, está sendo aperfeiçoada por ensaio e erro. Se a declaração cristã é correta, então a origem ulterior da sua moralidade (o caráter de Deus) é infinitamente superior a qualquer ética meramente humanista.

Em segundo lugar, a ética cristã tem uma manifestação pessoal superior – Jesus Cristo. A Bíblia ensina que Cristo é Deus encarnado, ou seja, em carne humana (Jo 1.1; Hb 1.8; Cl 1.16-17). O Novo Testamento proclama que Ele é o Javé do Antigo Testamento, em numerosas ocasiões (cf. Ap. 11.17 com Is 41.4; Fp 2.10 com Is 45.23). Além disto, o cristianismo tem uma declaração ética superior – a Bíblia. Deus é amor e Cristo é o amor de Deus manifestado na forma pessoal. A lei, ou a Palavra de Deus escrita, é o amor manifestado em forma proposicional, as leis morais são o modo de Deus colocar o amor em palavras.

Quando o egoísta diz: ”Por que devo amar outras pessoas?” o cristão pode responder: “Porque Deus assim manda, e ele nos ajudará um dia”. O cristão se lembra das palavras de Paulo: “Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.3, 4).

A lei moral nunca visava dar ao homem a capacidade de viver à altura dela, da mesma maneira que fitas métricas não feitas para tornar as pessoas mais altas, nem os prumos para endireitar prédio. A lei foi dada para mostrar-nos o padrão; quando não chegamos à altura dele, não empregamos o padrão para corrigir a situação. Um espelho mostrará ao homem a sujeira no seu rosto, mas não lavará a sujeira. A lei revela a culpa do homem diante de um Deus Santo à luz dos Seus padrões morais, mas a lei não pode salvar. Neste sentido, a lei traz condenação, não salvação. Somente Cristo pode salvar. Mas aqui está precisamente a superioridade do sistema cristão. Onde a pessoa obtém a motivação para amar aos outros de acordo com o amor de Deus? Cristãos são motivados pelo amor de Cristo (2 Co 5.14,15). Logo, a natureza daquilo que é certo se resume assim: O conceito cristão da ética tem uma fonte superior (Jesus Cristo), bem como uma declaração superior (a Bíblia), e uma motivação superior (o amor de Cristo).

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CRISTIANISMO OU MEDIOCRIDADE RELIGIOSA?



                A vida cristã não pode ser explicada, avaliada, discernida, criticada pelas práticas consideradas cristãs, inclusive aquelas legítimas percebidas na vida dos crentes. Isto é, não é pelo fazer ou deixar de fazer que podemos ser chamados cristãos, pois o que fazemos ou deixamos de fazer é sempre contraditório que se explica pelas questões subjetivas, pessoais, particulares, relativos ao interior do coração do homem que só Deus tem acesso. A vida cristã é algo vivido de dentro para fora; ou seja, o mais importante é o que Deus faz em nosso interior, e não o que fazemos diante dos outros como prática religiosa.

                Nem todo aquele que tem práticas cristãs é necessariamente um cristão. Nem todo o que tem convicções cristãs está vivendo um cristianismo autêntico. Todavia, todo aquele que é verdadeiramente um cristão possui práticas cristãs. Sendo assim, qual o valor daquilo que está no interior do coração do cristão e qual é o valor dos seus atos visíveis na sua experiência com Deus?

                O importante é você avaliar a si mesmo e perceber se está vivendo debaixo da mediocridade da religião. Entenda mediocridade como aquilo que tem pouco mérito. Aquilo que existe na sua experiência religiosa corresponde ao verdadeiro evangelho de Jesus Cristo ou é uma versão estúpida e distorcida do evangelho, ou seja, religião disfarçada de cristianismo?


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AS 95 TESES DE MARTINHO LUTERO


Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da capela de Wittemberg 95 teses que gostaria de discutir com os teólogos católicos, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. O evento marca o início da Reforma Protestante,e representa um marco e um ponto de partida para a recuperação das sãs doutrinas.


Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.
Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

1ª Tese
Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.
2ª Tese
E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
3ª Tese
Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.
4ª Tese
Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
5ª Tese
O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.
6ª Tese
O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.
7ª Tese
Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
8ª Tese
Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.
9ª Tese
Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema
10ª Tese
Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11ª Tese
Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
12ª Tese
Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.
13ª Tese
Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14ª Tese
Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.
15ª Tese
Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.
16ª Tese
Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17ª Tese
Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18ª Tese
Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19ª Tese
Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.
20ª Tese
Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.
21ª Tese
Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22ª Tese
Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.
23ª Tese
Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
24ª Tese
Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25ª Tese
Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.
26ª Tese
O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.
27ª Tese
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.
28ª Tese
Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29ª Tese
E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.
30ª Tese
Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31ª Tese
Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
32ª Tese
Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33ª Tese
Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
34ª Tese
Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.
35ª Tese
Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.
36ª Tese
Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37ª Tese
Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38ª Tese
Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.
39ª Tese
É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.
40ª Tese
O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.
41ª Tese
É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.
42ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
43ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.
44ª Tese
Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.
45ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.
46ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada
48ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.
50ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51ª Tese
Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.
52º Tese
Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.
53ª Tese
São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.
54ª Tese
Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.
55ª Tese
A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
56ª Tese
Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.
57ª Tese
Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58ª Tese
Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.
59ª Tese
São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
60ª Tese
Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.
61ª Tese
Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.
62ª Tese
O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63ª Tese
Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
64ª Tese
Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.
65ª Tese
Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.
66ª Tese
Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.
67ª Tese
As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.
68ª Tese
Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69ª Tese
Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-
70ª Tese
Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.
71ª Tese
Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.
72ª Tese
Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.
73ª Tese
Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74ª Tese
Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
75ª Tese
Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.
78 ª Tese
Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.
77ª Tese
Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.
78ª Tese
Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.
79ª Tese
Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.
80ª Tese
Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.
81ª Tese
Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.
82 ª Tese
Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?
83ª Tese
Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?
84ª Tese
Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?
85ª Tese
Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?
86ª Tese
Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
87ª Tese
Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?
88ª Tese
Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.
89ª Tese
Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?
90ª Tese
Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91ª Tese
Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.
92ª Tese
Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.
93ª Tese
Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.
94ª Tese
Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.
95ª Tese
E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.

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