Certo pastor conversava com uma das suas ovelhas sobre as diferentes igrejas e
as diferentes formas de culto. Enquanto conversavam, chegaram à conclusão que,
partindo do princípio de que desde a sua origem, a igreja é uma comunidade de
adoração, cada participante do culto precisa compreender que juntamente com os
seus irmãos, deve vivenciar o propósito de satisfazer as exigências e
expectativas Daquele que está “assentado sobre um alto e sublime trono e diante
do qual os serafins clamam uns aos outros: Santo, santo, santo é o Senhor dos
Exércitos, toda a terra está cheia da sua glória” (Is. 6:1-3). Cultuar é dar
uma resposta positiva às manifestações do amor de Deus que culminaram na doação
do seu próprio Filho à humanidade perdida.
Finda a conversa, o pastor saiu para cumprir outros compromissos, e, enquanto
caminhava, pensava em tudo o que falara e ouvira. Lembrou-se que as igrejas
estão vivendo num tempo marcado por crises, desafios e oportunidades. E que a
liturgia do culto, bem como a sua linguagem, estão condicionadas às formas da
cultura de cada povo em cada tempo. Fato que nos leva a reconhecer a relevância
da cultura, sem contudo vê-la como um elemento normativo do formato do culto,
visto que, este elemento é a teologia. Ou seja, no culto os adoradores refletem
a visão que têm de Deus.
Pensando no assunto, o pastor lembrou-se do diálogo de Jesus com a mulher
samaritana, especialmente da questão relacionada à adoração: “Disse-lhe a
mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós
dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar”. Convicta de que Jesus
era um profeta, aproveitou a oportunidade para saber sua opinião sobre um
problema que de há muito vinha acirrando o ódio entre judeus e samaritanos,
chegando até a causar mortes. Queria saber se era em Jerusalém ou no monte
Geresim o lugar que se devia prestar adoração a Deus. De maneira simples e
objetiva, Jesus respondeu que a verdadeira adoração não está limitada a um
monte ou a um templo, mas acontece no coração, que é o santuário do Espírito
Santo: ”Deus é Espírito e é necessário que os que o adoram, o adorem em
espírito e em verdade”.
O que faz diferença no culto não é o lugar, não é o rito, não é o contexto
cultural e nem a liturgia mas o estado do coração do adorador. Não é só estar
no templo, cantar, ouvir a mensagem, participar do culto, como parte de um
ritual evangélico. Não! O culto é legítimo, verdadeiro e aceitável quando a
adoração integra a totalidade da vida do adorador e satisfaz as exigências
divinas: “Deus é Espírito e é necessário que aqueles que o adoram, o adorem em
espírito e verdade”. Exigência que, dentre outras coisas, aponta para a
necessidade da reconciliação com aqueles cujos vínculos de amizade estejam
cortados, ou, o relacionamento esteja sendo caracterizados pela “indiferença
cordial”: “Quando apresentares tua oferta no altar, se ali te lembrares de que
o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa diante do altar a oferta e vai
primeiro reconcilar-se com o seu irmão, depois vem e apresenta a oferta”
(Mt.5:24-25).
No artigo “Culto e Adoração no Século 21, o pastor Irland Pereira de Azevedo,
faz três colocações importantes: Primeira: Neste novo século deve ser levado em
conta a maior criatividade no louvor, especialmente a que caracteriza a
juventude cristã cujos hinos e cânticos espirituais precisam enriquecer a
liturgia pelos méritos de sua autenticidade, seu conteúdo e sua forma. Mas sem
perder de vista a grande riqueza hinódica do povo de Deus, os grandes hinos de nossos
hinários, portadores de grandes verdades da nossa fé. Segunda: Deve haver maior
simplicidade litúrgica, sem perder de vista a boa ordem e uma experiência
global do culto a Deus, por meio de orações, confissão, louvor, proclamação da
Palavra. Terceira: Apreço à exposição da Palavra de Deus, entendida com
propriedade em seu contexto histórico, e aplicada às necessidades e desafios do
nosso tempo”.
Sejamos adoradores verdadeiros!
[Extraído]
0 comentários:
Postar um comentário