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"Evangelho sem cruz é religião sem graça e sem salvação"

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SER COMO JESUS NO QUE SOU E NO QUE FAÇO



1 Coríntios 2.6-16
 
Há certas coisas básicas nesta passagem. Paulo estabelece a verdade fundamental de que a única pessoa que pode nos falar a respeito de Deus é seu Espírito. Utiliza para isso uma analogia humana. Há certas coisas que só o próprio espírito de um homem conhece. Há sentimentos tão pessoais, coisas tão privadas, experiências tão íntimas que ninguém as conhece salvo o próprio espírito do homem. Ninguém pode ver em nossos corações e conhecer o que há ali, salvo nossos próprios espíritos. Agora, continua dizendo, o mesmo se aplica a Deus. Existe em Deus coisas profundas e íntimas que só seu Espírito conhece, e esse Espírito é a única pessoa que pode nos levar a ter um conhecimento realmente intimo de Deus. Há coisas que o poder do pensamento, por si só, jamais poderia encontrar, o Espírito tem que nos ensiná-las, pois só Ele as conhece.
Mas mesmo assim nem todos os homens podem compreender estas coisas. Paulo fala a respeito da interpretação das coisas espirituais para pessoas espirituais. Diferencia três tipos de pessoas.
Está o homem natural. Psuche em grego se traduz muitas vezes por alma; mas esse não é o significado real. Psuche é o princípio da vida física. De modo que no versículo 14 Paulo fala do homem natural. É o homem que vive como se não houvesse nada para além da vida física, como se não houvesse outras necessidades fora das materiais; nem outros valores, já que se rege por medidas físicas e materiais. Um homem assim não pode entender as coisas espirituais. O homem que pensa que nada é mais importante que a satisfação do desejo sexual não pode compreender o significado da castidade; o homem que considera como o fim supremo da vida o monopólio de bens materiais não pode compreender a generosidade; o homem que pensa que seus apetites devem ser a última palavra não pode compreender a pureza; e o homem que nunca pensa no mais adiante não pode compreender as coisas de Deus. Para ele são meras insensatezes. Nenhum homem deveria ser assim; mas se sempre sufoca "os desejos imortais" que existem em sua alma, se converterá nisso, e se o faz, o Espírito de Deus falará e ele não o escutará.
Em 3.1 os chama sarkinoi. Esta palavra significa feito de carne. De modo que Paulo começa dizendo que os coríntios estão feitos de carne, que ainda não transcenderam as coisas humanas. Não se tratava em realidade de uma recriminação: o homem justamente por ser tal é de carne, mas não deve permanecer assim. O problema era que os coríntios não eram somente sarkinoi, mas sim também eram sarkikoi, que significa dominado pela carne. Para Paulo a carne significa muito mais que a mera parte física. Para ele significa a natureza humana separada de Deus, essa parte tanto física como mental do homem, que proporciona uma porta de entrada ao pecado, essa parte que responde ao pecado, que lhe dá uma oportunidade e lhe obedece. De modo que a falta que Paulo encontra nos coríntios não é que sejam de carne — todos os homens são de carne —, mas sim tenham permitido que esta parte inferior de sua natureza domine toda sua posição e suas ações.
Qual é a prova disto? O que é o que há em sua vida e conduta que os faz serem dominados pela carne? A prova disso é seu espírito partidário, suas lutas, suas facções, suas divisões. Isto é muito revelador porque significa que podemos dizer como são as reações de um homem com Deus observando suas relações com seu próximo. Se um homem criar discórdias com seus amigos, se for brigão, competitivo, discute tudo, cria problemas, poderá concorrer à igreja diligentemente, até poderá ter um cargo na igreja, mas não é um homem de Deus. Mas se o homem é um com seu próximo, se suas relações com ele se distinguem pelo amor, pela unidade e pela concórdia, esse está a caminho de ser um homem de Deus. Se um homem estiver distante de seu próximo, é uma prova de que está distante de Deus; se está separado de seu próximo o está também de Deus, se ama a Deus, também amará a seu próximo.
Aquelas que são espirituais. A palavra pneumatikos refere-se aquele que é sensível ao Espírito e lhe obedece, aquele cuja vida é dirigida e guiada pelo Espírito, aquele que toma todas suas decisões e põe em exercício todos os seus juízos sob a influência e a direção do Espírito; aquele que vive consciente de que existem coisas mais além das coisas deste mundo, valores transcedentes; que há uma vida para além da vida deste mundo.
Portanto, já que o propósito é ser como Jesus no que sou e no que faço, os dois modelos: natural e carnal não podem ser a minha essência. A minha vida deve ser regida por mentalidade espiritual; por isso, disse: “Nós, porém, temos a mente de Cristo”. Ou seja, o que faço depende do que sou. Neste caso, o que é ter a mente de Cristo? Ou seja, ser como Jesus? Jesus viveu no Espírito enquanto viveu no mundo material. Como aconteceu isso? Como o espiritual dominou o material em Jesus? A proposta é, em semelhança à Cristo, manter uma relação adequada com o Pai e o Espírito Santo, trabalhando para que o espiritual exerça domínio sobre o material. Como isso acontece? Eis os três passos:

1. Subordinar o material ao espiritual
No texto, exaltando a espiritualidade, questão lógica, subordinamos a ela o material. O material começou a desvanecer na vida de Jesus quando o espiritual sobrepôs a ele. Jesus escolheu a glória espiritual do Pai. Rejeitou a glória material. Frequentemente muitos de nós se concentra no mundo material. O mundo faz certas exigências: se vestir de determinada maneira, que se ame certas coisas e se associe a determinadas pessoas. Jesus disse aos fariseus: “...” (Jo 8.23).
            Jesus começou sua obra consciente de que o espiritual tem que controlar o material. Em Mateus capítulo 4 vemos um exemplo disso. Por que Jesus só iniciou seu ministério depois do batismo, a descida do Espírito e o período no deserto? A resposta é que na carne podemos até começar bem nossa jornada, mas ficaremos pelo caminho. Pra Jesus o material tem que obedecer ao espiritual. Como exemplo a derrota do hedonismo em Mateus 4.
            Aonde Jesus ia o mundo espiritual era tocado e transformado pelo seu ser espiritual. Jesus nunca disse que a matéria fosse má. Ele desfrutou dela em alguns aspectos. Ele abençoou a vida humana material, porém, subordinou o material ao espiritual. O melhor do material está em todo o seu esplendor quando serve para propósitos espirituais.
Aquele que deseja ser como Jesus tem que estar disposto a expressar de forma perceptível sua convicção de que o espiritual é mais importante que o material. Quais os aspectos materiais que têm muita importância ou influência em sua vida? Carreira, coleções, passatempos, dinheiro, televisão, automóveis, comida, casa, recreação, roupas, móveis, investimentos, esportes?

2. Se identificar com a Bíblia
a) Demonstrou conhecimento (Mateus 12.3-4 e 1 Samuel 21.3-6).
b) Soube usar as Escrituras no momento da tentação (Mt 4.4, Dt 8.3; Mt 4.7, Dt 6.16, Mt 4.10, Dt 6.13).
c) Usou as Escrituras para responder os que o criticavam. Quando os fariseus perguntaram porque Jesus comia com os pecadores, citou Oséias 6.6.
d) As Escrituras foram norteadoras da conduta de Jesus: Na purificação do templo (Mc 11.17), usou a expressão Casa de Oração de Isaías 56.7 e acusou o povo de transformá-la em covil de salteadores conforme Jeremias 7.11.
e) Usou as Escrituras como testemunho de si mesmo (Lc 7.22, Is 35.5-6).

            Portanto, Jesus mostra que a mente espiritual se acha na Bíblia. No Sermão do Monte, por exemplo, Jesus reverencia as Escrituras e pauta a vida dos seus discípulos sobre ela.

3. Se identificar com a oração
            Como o mundo espiritual domina o mundo material, a oração é fundamental na vida de uma pessoa espiritual. Se desejamos ser como Jesus devemos imitar sua vida de oração.
a) Jesus orou em todo o tipo de oportunidade.
b) Orou em momentos difíceis (Mt 26.36).

Conclusão
Uma vida espiritual depende de uma contínua atitude de rendição pessoal e a apropriação do poder divino. Então é importante que os cristãos tenham um período de contato definido com Deus durante o qual possam examinar os seus corações no que diz respeito ao pecado e à sua submissão, e no qual possam ainda reconhecer tanto a sua incapacidade como a suficiência de Deus a qual se transmite pelo Espírito. Só então, o poder e a força divinos são disponibilizados para vencer a sua própria fraqueza. Isto é, a carne.
            Espiritualidade não é um ideal para ser vivido no futuro, mas no presente. Logo, hoje, é o tempo de entrega absoluta, consagração absoluta e devoção absoluta. A vida espiritual não é passiva, mas frutífera, lembrando que não depende do esforço espiritual, por isso, precisamos viver e servir pelo poder do Espírito. Espiritualidade não livra das tentações. A vida espiritual mostra que o pecado é uma possibilidade, mas nunca uma necessidade. Por isso se opõe ao pecado.
            A verdadeira espiritualidade é uma realidade. É constituída por todas as manifestações do Espírito Santo em nós. Manifesta a vida de Cristo. Faz com que sejamos como Jesus no que somos e no que fazemos.

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