João 4.1-24
O encontro de Jesus com a mulher
samaritana revelou algumas realidades. Todas as vezes que a incontestável
presença de Jesus acontece em nós de forma clara, as mesmas revelações acontecem
e as mesmas realidades são afirmadas. No entanto, todas as vezes que alguém em
sinal de fé se volta à Jesus para adorá-lo tem que fazê-lo com o coração em
estado de fé. Neste caso, a pergunta lógica que surge é: Se me pretendo como
adorador e se Jesus está comigo, como esteve com a mulher do texto, será que
essa presença de Jesus aqui, de alguma forma, não traz algumas revelações
fortes pra mim e pra você? O que essa presença de Jesus aqui, hoje, revela? O
que essa presença de Jesus entre nós, aqui hoje, nos faz perceber e discernir?
Como disse, a presença de Jesus junto da mulher revelou uma série de coisas que
continuam sendo reveladas sempre que pretendemos ser adoradores. Vejam!
Primeiro, a adoração nunca está afastada da vida do adorador. Adoração é a
maneira como se vive. Por isso, Jesus aponta para a cura do indivíduo antes
mesmo de ser um adorador. Quando isso não acontece nos limitamos à música como
se ela fosse capaz de indiscutivelmente trazer a realidade da presença de Deus.
Jesus revela motivações em nós que nos põe em estado de adoração, seja ela
verdadeira ou não. Quando a gente adora nem sempre a motivação é boa. Alguns adoram
por motivações ruins, mas todos têm algum tipo de motivação.
Encontramos no texto Jesus ensinando que
nos tornamos adoradores na medida que nosso encontro com Ele gera algumas
coisas. Primeiro é a...
- Cura da alma
A mulher está enferma na alma. Suas
experiências terrenas a tornaram doente e complexada... Mas a cura da alma
doente e pecadora aconteceu quando Jesus interviu. Isso permitiu que ela visse
Jesus como Messias: “Vejo que é profeta...”
(v.19).
- Libertação
do mecanicismo religioso: há pessoas que querem adorar orientados pela
tradição
a) O local e o tempo não são os mais
importantes (Jo 4.20-21) – A mulher argumentou que o lugar era o monte Gerizim
(local onde os samaritanos adoravam e faziam sacrifícios).
b) A importância está em conhecer aquele que
é adorado (Jo 4.22).
c) Jesus rejeitou a religiosidade que
preserva a tradição. Porque a verdadeira adoração é pelo conhecimento que temos
de Jesus, ou seja, a experiência com ele.
Qualquer igreja sofre por causa das
tradições. As tradições dizem que temos de estar mais presos ao passado que ao
presente. Embora não houvesse a preocupação de se desenvolver tradições, todas
igrejas as desenvolvem. Por exemplo, os iniciadores do movimento batista não
estiveram interessados em criar tradições, mas conduzir a igreja conforme as
Escrituras no que diz respeito à mensagem e conforme a época no tocante
à forma.
Todas as tradições começaram com inovações. As inovações
surgiram para auxiliarem as pessoas a desenvolver um culto melhor a Deus. Com o
passar do tempo as pessoas fizeram das inovações um mandamento de Deus. Logo,
ficaram cristalizadas e engessadas, sendo praticadas mesmo sem o sentido
original e quando não havia mais alguém que as entendessem. É como a história O
gato do guru. Todas as noites, quando o guru se sentava para o culto ao seu
deus, o gato do Ashram (comunidade onde o guru vive com seus discípulos)
costumava caminhar pelo salão e assim distraía os adoradores. Por isso, o guru
pediu que durante o culto da noite o gato fosse amarrado do lado de fora, em
frente à porta. Após a morte do guru, o gato continuou a ser amarrado em frente
à porta durante o culto da noite. E, quando o gato finalmente morreu, outro
gato foi levado ao Ashram para que fosse amarrado, de acordo com as regras
apropriadas, durante o culto da noite. Séculos mais tarde, os seguidores do
guru escreveram longas e detalhadas teses sobre o papel importante de um gato
naquele culto. Todo aquele que não se curvava diante do gato na entrada já era
considerado pecador. E se alguém ousasse questionar a importância do gato para
a correta adoração era queimado como herege.
A
tradição pode ser um instrumento muito útil. Mas o cristão não tem que se
curvar a ela. Como surgiu a nossa tradição? Que sentido traz? Ela tem este sentido
hoje? A avaliação da tradição não é se ela é antiga e digna de reverência, mas
se ainda cumpre o sentido original. E se existe algum gato que já não estimula
as pessoas na adoração e até as impede. Será que não está na hora de soltarmos
o gato?
Hoje
em dia as pessoas procuram adoração num pacote fechado e preparado. Você já
diz: - Não preciso preparar nem meu coração! Eu sei que serei abençoado. O
grupo de louvor dirigirá um louvor gostoso. Como gosto daquele cantor gospel...
Eu nem preciso me preocupar. A bênção já está no pacote! Mas não é isso que a
Palavra de Deus ensina.
No texto encontramos pistas que mostram
que quando praticamos uma adoração como evidência da experiência com Deus, essa
adoração nos traz também alguns benefícios:
- A
possibilidade de mostrar a dor e obter cura
É o momento de dizer: Jesus, está
doendo porque Jesus está presente.
- Renovação
das forças do ser
Quando
abrimos nossa alma pra Deus em louvor nosso ser se renova. Não há nada que
renove mais o seu ser que o louvor. Gente grande não louva a Deus. Gente metida
a madura não louva a Deus. Só louva a Deus quem mantém coração de menino, criancinha,
sapeca... Que coisa! Essa criança cresce e desaprende a louvar a Deus! Só louva
a Deus se tiver alma de criança. É gente simples, descomplicada que oferece a
Deus perfeito louvor! Salmo 8.2: (...) diz que suscitaste força. Jesus disse
suscitaste louvor. No vocabulário de Jesus força e louvor são sinônimos. A alegria no Senhor é a nossa força.
Conclusão
Hoje
quero estimular você a fazer da sua vida um lugar de adoração. Se Jesus está em
você, você é o lugar da cura. Se Jesus está em você, você é o lugar do louvor.
Que tal a gente fazer da adoração um momento de cura e de louvor?
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